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Aberta exposição no CRAB que celebra centenário da mestra artesã do Vale do Jequitinhonha

• Estão em exibição 300 obras que remetem ao universo da premiada ceramista mineira que moldou o barro de forma inovadora e criou as famosas bonecas-moringa
Por Redação
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A partir de hoje (21/8), o Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB) exibe em suas galerias peças que homenageiam a obra e vida da mestra artesã Izabel Mendes da Cunha. A exposição “Dona Izabel: 100 anos da Mestra do Vale do Jequitinhonha” foi inaugurada na noite desta quarta-feira, 20/08, com a presença de autoridades e apresentação do Coral Ribeirão de Areia, formado por jovens da comunidade rural de Ribeirão de Areia, no município de Jenipapo de Minas (MG).

Prestigiaram a festa de abertura da exposição master do CRAB a diretora de Administração e Finanças do Sebrae, Margarete Coelho; do diretor de Desenvolvimento do Sebrae Rio e presidente do Comitê Nacional do CRAB, Sergio Malta; do presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Rio, Robson Carneiro; do diretor-superintendente do Sebrae Rio, Antonio Alvarenga; do diretor-superintendente do Sebrae/MG, Afonso Rocha; do diretor de Produtos e Atendimento do Sebrae Rio, Julio Cezar de Freitas, e do vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões.

A exposição é composta por um total de 300 obras, entre as assinadas por Dona Izabel, algumas de seus familiares artesãos e outras dos discípulos da ceramista que mantém seu legado na região. Elas estão em exibição em oito salas do CRAB. A iniciativa é um resgate à memória da mestra artesã, uma das mais notáveis artistas populares do Brasil. “A obra da Dona Izabel não é só de Minas Gerais, não é só do Brasil. Ela já é da Unesco, ela já é do mundo”, destacou Margarete Coelho.

Além de 1º lugar no prêmio UNESCO de Artesanato para a América Latina, em 2004, Dona Izabel é referência da expressão das tradições herdadas pelas comunidades ceramistas do Jequitinhonha, cujas características do trabalho com o barro levaram ao reconhecimento da cultura popular da arte em barro como Patrimônio Imaterial de Minas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, em 2018.

“Dona Izabel foi uma das protagonistas ao escrever um capítulo importante da arte popular brasileira e que teve continuidade em várias outras artesãs e artesãos que trazem toda a pujança que veremos na exposição”, completou o professor Ricardo Lima, curador da exposição.

A família de Dona Izabel e artesãos do Vale do Jequitinhonha, que têm como referência a mestra artesã, também participaram da inauguração da exposição. “A família sente muita saudade, fica triste pela ausência da Dona Izabel, mas muito orgulhosa pela grande história”, comentou a artesã e filha da mestra, dona Glória.

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Crédito: Divulgação – Sebrae Rio

Artesanato e empreendedorismo

A diretora do Sebrae Nacional destacou o CRAB como um espaço de valorização do artesanato brasileiro, priorizando técnica e profissionalismo e transformando arte em empreendedorismo. “Deixa de ser um passatempo, um bico, um ganha-pão e passa a reconhecer os artesãos como empreendedores. Isso é um salto de qualidade que nós precisamos dar e o CRAB existe exatamente para isso, para ser o grande palco do artesanato, da artesania brasileira”, falou.

O diretor superintendente do Sebrae RJ, Antônio Melo Alvarenga Neto, corroborou ao dizer que Dona Izabel é a “correspondência mais fiel do pequeno empresário. O artesão é, antes de tudo, um pequeno empresário”.

Para o diretor superintendente do Sebrae Minas, Afonso Rocha, legado é a palavra que vem à mente quando pensa em Dona Izabel. “Porque a Dona Izabel foi uma pessoa que não só conseguiu empreender na sua arte, mas também conseguiu transferir todo esse conhecimento e essa técnica para muitas pessoas e hoje a gente vê Dona Izabel em todo o Vale do Jequitinhonha”, justificou.

O diretor de Desenvolvimento do Sebrae Rio, Sergio Malta, que conduziu a cerimônia, salientou que o legado de Dona Izabel não se resume apenas às criações, mas também à generosidade em transmitir seus conhecimentos. Isso impactou diretamente no desenvolvimento da região, gerando emprego e renda, em torno da originalidade que fomenta o turismo cultural. “Existe um grande fluxo de turistas que visitam o Vale do Jequitinhonha interessados em conhecer a cultura e adquirir produtos diretamente dos artesãos”, disse.

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Crédito: Divulgação – Sebrae Rio
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